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MARX



Em 1907, o fílósofo italiano Benedetto Croce perguntou: "O que está vivo e o que está morto no pensamento de Hegel?". Mais ou menos uma vez por década uma ou outra pessoa lembra-se de fazer a mesma pergunta sobre Marx. Agora é a nossa vez. No princípio do século XXI, quanto, se é que alguma coísa, vai escapar à pira funerária?
A minha resposta é: mais do que se podería pensar. De há aiguns anos para cá temos desculpa se pensarmos que Marx não tem mais nada a dizer-nos. Os regimes marxistas falharam miseraveimente e com eles, assim parecia, qualquer razão para levar Marx a sério. A queda do Muro do Berlim teve uma ressonância simbólica enorme: foi muitas vezes tomada pela queda do marxismo enquanto tal, bem como da política e economia marxistas.
Mas ao celebrar o fim do "império do mal" esquecemo-nos de que os pensadores que inspíraram o comunísmo do leste europeu não eram pessoas más. Pelo contrário, viam-se como nossos salvadores. À custa de um enorme sacrifício pessoal, procuraram libertar a humanidade daquilo que acreditavam ser um sistema económico e social desumano: o capitalismo. Impelía-os tanto uma visão de como a sociedade devia ser, como dar conta daquilo que estava errado na sociedade burguesa existente. A visão positiva tornou-se um pesadelo (apesar de, ser outra coisa saber se os regimes comunistas foram ou não uma interpretação autêntica das ideias de Marx). Mas o falhanço do comunismo não quer dizer que tudo estivesse bem no capitalismo ocidental, liberal e democrático. E é Marx, acima de tudo, quem ainda nos fornece as ferramentas mais adequadas para criticar a sociedade existente.

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